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Mostrando postagens de abril, 2010

Literatura, recordações e secas: Graciliano Ramos, Delmiro Gouveia e representações do sertão

Literatura, recordações e secas: Graciliano Ramos, Delmiro Gouveia e representações do sertão Em uma crônica escrita nos anos 30, Graciliano Ramos (1892-1953) avaliava as possíveis relações entre as secas no Nordeste e o parco desenvolvimento da economia regional. Segundo ele, o cidadão estrangeiro que não tivesse informações sobre o Brasil, que desconhecesse o país e lesse “um dos livros que a nossa literatura referente à seca tem produzido, literatura já bem vasta, graças a Deus, imaginaria que aquela parte da terra que vai da serra Ibiapaba a Sergipe, é deserta, uma espécie de Saara”. Como outros literatos e jornalistas, o autor não disfarçava o descontentamento com as impressões negativas transmitidas pela região. Atribuía isto ao trabalho dos ficcionistas do século XIX e criticava o enfoque demasiadamente romântico conferido à seca, em detrimento de outros fatores de penúria local: “certamente há demasiada miséria no sertão, como em toda a parte, mas não é indispensável que a

Medusa pintada num prato

J.Dimitri Deu na revista: Uma criança Nua Num balde d’água Suja Imunda inunda Daqui até Jacarta. Vejo uma medusa ali, Estranhamente viva... Petrificado Observo o seu traçado assimétrico O olhar opaco Assim... Meio tétrico. Tudo rabiscado às pressas Num prato de comida (Macarrão e Molho). Dali, Seu olhar cético Anseia o mundo inteiro Daqui até Jacarta. Anda, esperança! Já parta! Vai e navega Chega em Jacarta! Imagens salgadas em preto e branco. Ruídos orquestrados de um mundo insano Quem, em sã consciência, os quer ouvir? Lá vai a medusa: Numa vassoura de bruxa, Numa jangada mundo afora... À forra com o mundo! E, Daqui até o reino dos justos Daqui até o fim da sinfonia Daqui até Jacarta, Quanto de miséria, hein? Daqui até Jacarta, Quantas milhas têm?